Secretário de educação é preso em operação da Polícia Federal

A operação apura um esquema bilionário de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro, com foco no desvio de recursos públicos.

03/04/2025 10h30

Com apoio de ACM Neto, Barral foi nomeado em BH, mas agora enfrenta graves acusações de corrupção e fraude em contratos públicos

Bruno Barral, ex-secretário de Educação de Salvador e atual gestor da mesma pasta em Belo Horizonte (MG), foi afastado do cargo por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Overclean. Ele é um dos investigados na terceira fase da ação, deflagrada nesta quinta-feira (3) pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

A nomeação de Barral para o cargo na prefeitura de Belo Horizonte foi publicada no Diário Oficial do Município em 16 de abril de 2024, como parte de uma reacomodação política articulada entre lideranças locais e o União Brasil. Na prefeitura de Salvador, ele ocupou a mesma pasta durante a gestão de ACM Neto. Até então, sua nomeação era vista como estratégica para ampliar a influência do partido na capital mineira.

A operação apura um esquema bilionário de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro, com foco no desvio de recursos públicos. Barral chegou ao cargo em Belo Horizonte com o apoio do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) e do consultor Marcos Moura, conhecido como o "Rei do Lixo". Moura é apontado como um dos principais alvos da investigação. O esquema teria movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas.

Nesta quinta, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ações ocorrem em Salvador (BA), São Paulo (SP), Belo Horizonte (BA) e Aracaju (SE).

As investigações apontam que a organização criminosa direcionava recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), especialmente a Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST-BA), foi um dos principais alvos do esquema.

Os envolvidos poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.