Vício e problemas cardíacos: especialistas alertam para os perigos ocultos nos descongestionantes nasais
Uso excessivo de remédios para nariz entupido pode causar dependência, problemas cardíacos e até risco para crianças. Especialistas recomendam alternativas mais seguras para proteger a saúde respiratória
20/07/2025 10h00
O alívio rápido do nariz entupido, comum em períodos de clima seco ou alergias, esconde um problema que muitos desconhecem. O uso inadequado de descongestionantes nasais pode criar vício real, conforme alertam especialistas, destacando que o hábito pode transformar um desconforto passageiro em um problema crônico, com riscos que vão além das vias respiratórias.
Esses medicamentos funcionam ao contrair os vasos sanguíneos da mucosa nasal, diminuindo o inchaço. Porém, o chamado "efeito rebote" faz com que, após o alívio inicial, o nariz volte a entupir ainda mais, levando o usuário a aplicar o remédio novamente. Com o tempo, doses cada vez maiores tornam-se necessárias para obter o mesmo resultado, o que pode gerar lesões na mucosa nasal e até danos permanentes.
Além da dependência, os descongestionantes podem provocar taquicardia e angina em casos mais graves, aumentando os riscos cardiovasculares, principalmente em pessoas com predisposição a hipertensão ou doenças cardíacas.
Em crianças, o perigo é ainda mais alarmante. Pediatras e toxicologistas são categóricos: esses medicamentos não são indicados para uso infantil, devido ao risco elevado de superdosagem, que pode levar a choque, dificuldade respiratória e até parada cardíaca.
Veja o que os médicos indicam ao invés dos descongestionantes
Como solução segura, médicos recomendam o uso de soro fisiológico a 0,9%. A higiene nasal com soro fisiológico atua de forma natural, removendo partículas irritantes, bactérias e excesso de secreção sem causar dependência. O ideal é usar duas vezes ao dia, podendo aumentar a frequência em casos de exposição a poluentes ou clima seco.
A aplicação correta também é fundamental: basta inclinar levemente a cabeça e aplicar o soro em uma narina até que escoe pela outra, preferencialmente durante o banho, aproveitando o vapor quente para potencializar o efeito.
Procure sempre um médico
Mesmo com essas alternativas, casos persistentes de nariz entupido ou sintomas como febre e secreção purulenta exigem avaliação médica. Pessoas que já desenvolveram dependência devem procurar orientação médica para um processo de retirada gradual e seguro. Condições como rinite, sinusite ou desvio de septo podem exigir tratamentos específicos sob acompanhamento de um otorrinolaringologista.